Apresentador Faustão é submetido ao 4º transplante de órgãos em 2 anos em SP: entenda como funciona a fila de espera do SUS
O seu portal de Notícias

Apresentador Faustão é submetido ao 4º transplante de órgãos em 2 anos em SP: entenda como funciona a fila de espera do SUS

O apresentador Fausto Silva, de 75 anos, foi submetido a dois novos transplantes de órgãos na quarta-feira (7). Desde o início do tratamento de saúde, em 2023, foram quatro transplantes no total.

Desta vez, o apresentador teve um transplante de fígado e um retransplante renal realizados no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

De acordo com o boletim médico, os órgãos, provenientes de um único doador, foram considerados compatíveis pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo, que acionou a instituição para a realização dos procedimentos. Faustão está internado no Einstein desde 21 de maio, onde enfrentava uma infecção bacteriana aguda com sepse.

Em agosto de 2023, ele foi submetido ao primeiro transplante de coração, que aconteceu no mesmo hospital e com grande sucesso.

Seis meses depois, em fevereiro de 2024, ele teve que passar pelo 2° transplante, agora de de rim, que nesta semana precisou ser reimplantado, junto com um novo figado.

Esse quarto transplante de órgão que Faustão foi submetido levantou curiosidade sobre como funciona a fila para os transplantes de órgãos no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, o país possui atualmente o 2° maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, mas o grande volume de procedimentos faz com que a quantidade de pessoas ainda precise passar por uma lista de espera.

No ano passado, o país ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 30 mil transplantes de órgãos e tecidos realizados em um único ano, de acordo com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Foram 30,3 mil procedimentos em 2024. Cerca de 85% dos procedimentos foram realizados pelo SUS, que destinou R$ 1,47 bilhão à área no ano passado — valor 28% superior ao de 2022.

Parte dessa marca histórica veio do estado de São Paulo, onde o apresentador Fausto Silva mora. O estado realizou 9.537 mil procedimentos. Entre as maiores cirurgias desse tipo feitas no estado, destacam-se a de córnea (5.584 transplantes realizados), rim (1.184), medula óssea (1.180) e fígado (650).

Segundo o balanço, os órgãos mais transplantados no ano passado em todo o Brasil foram:

rins (6.320 transplantes),

fígado (2.454),

córnea (17.107)

medula óssea (3.743).

Como nas outras duas ocasiões, Faustão foi incluído novamente na fila de transplantes de órgãos, que é gerenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por conta do agravamento do seu quadro clínico, ele teve prioridade, por se encaixar em vários critérios técnicos de saúde.

Quais são os critérios de prioridade?

A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) aponta que a lista de espera dos pacientes gerida pelo SUS prioriza, entre outros fatores: a gravidade da doença e crianças, que são prioridade tanto em caso de o doador ser uma criança como quando concorrem diretamente com adultos.

A localidade do paciente e a compatibilidade genética também é outro fator importante na decisão de quem receberá o órgão, além do tipo sanguíneo do doador e do receptor dos órgãos.

"A lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada. A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados. Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica", diz o Ministério da Saúde.

A pasta diz que são eventos determinantes de prioridade na fila de doação as seguintes situações dos pacientes: a impossibilidade total de acesso para diálise (filtração do sangue), no caso de doentes renais; a insuficiência hepática aguda grave, para doentes do fígado; necessidade de assistência circulatória, para pacientes cardiopatas; e rejeição de órgãos recentes transplantados.

Veja abaixo o passo a passo de como funciona o processo de recebimento de órgãos na fila do SUS, segundo informações do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos:

A lista funciona por ordem cronológica de cadastro, ou seja, por ordem de chegada;

Também é levado em consideração a gravidade do quadro - quem necessita de internação constante (com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue) tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa;

Tipo sanguíneo - um paciente só pode receber um órgão de um doador que tenha o mesmo tipo sanguíneo que ele;

Porte físico - alguém alto e mais pesado não pode receber o coração de um doador muito mais baixo e magro que ele;

Distância geográfica - o órgão precisa ser retirado do doador e transplantado no receptor em um intervalo de até 4 horas, isso é chamado de tempo de isquemia, o tempo de duração deste órgão fora do corpo, ou seja: não é possível fazer a ponte entre duas pessoas que estejam muito distantes uma da outra.

O tempo de isquemia, inclusive, determina se um carro ou avião será usado para o transplante, com custos arcados pelo SUS;

Fila passou de 78 mil em 2025

Segundo o Ministério da Saúde, até junho deste ano o Brasil tinha 78 mil pessoas aguardando na fila por doação de órgãos. O maior número de pacientes de espera é para os seguintes órgãos:

Rim: 42.838 pacientes na fila

Córnea: 32.349 pacientes na fila

Fígado: 2.387 pacientes na fila

Já os órgãos mais transplantadores foram: córnea (17.107), rim (6.320), medula óssea (3.743) e fígado (2.454).

Em São Paulo, onde Fausto Silva vive com a família, são cerca de 28 mil pacientes aguardando por transplante. Desse total, 20,8 mil são para rim, 6,6 mil para córnea e 848 para fígado.

Em março, o Jornal Nacional mostrou que, pela primeira vez desde 1998, a fila de transplante de órgãos no Brasil passou de 50 mil pessoas, segundo a ABTO.

Fonte: G1

Foto: Reprodução Instagram

MB Notícias

Postagem Anterior Próxima Postagem
O seu portal de Notícias

Formulário de contato