Sobrevivente de queda de avião na Índia contrariou estatísticas ao escapar de poltrona considerada de alto risco
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Sobrevivente de queda de avião na Índia contrariou estatísticas ao escapar de poltrona considerada de alto risco

Sentado na poltrona 11A, localizada à frente das asas da aeronave, Vishwash Kumar Ramesh, de 40 anos, desafiou as probabilidades e sobreviveu ao trágico acidente aéreo ocorrido na Índia nesta quinta-feira (12), que resultou em mais de 240 mortes.

O que chama atenção no caso é que Ramesh não apenas sobreviveu, mas conseguiu escapar pela saída de emergência, contrariando dois dados frequentemente apontados por estudos sobre acidentes aéreos: a baixa taxa de sobrevivência em quedas de avião e o risco maior para passageiros acomodados na parte dianteira da aeronave.

De acordo com especialistas em segurança aérea, a localização dos assentos pode, sim, influenciar nas chances de sobrevivência. Um levantamento realizado pela revista TIME, com base em 35 anos de registros da Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA), revelou que passageiros sentados na traseira do avião apresentaram uma taxa de mortalidade de 32%, enquanto os da frente ficaram em 38%, e os do meio, 39%. Os assentos do meio, na parte de trás, mostraram o menor índice: 28% de mortalidade.

Outro estudo prático, realizado em 2012 por uma equipe de televisão internacional, simulou a queda de um Boeing 727-200 no deserto mexicano. Bonecos de teste foram distribuídos por toda a cabine, e o impacto dividiu a aeronave em seções. O resultado apontou que os bonecos na cauda sofreram poucos danos, enquanto os posicionados na parte dianteira teriam sofrido ferimentos fatais.

Apesar dessas evidências, especialistas são unânimes em afirmar que o tipo de acidente é o fator mais decisivo para a sobrevivência.

Segundo Gerardo Portela, doutor em gerenciamento de riscos aeronáuticos, embora os assentos traseiros apresentem vantagem em estatísticas, não há garantias: “Em pousos na água, por exemplo, a região sobre as asas pode representar uma chance maior de escape, já que as asas ajudam na flutuação”, explica.

Já o piloto e instrutor de voo George Rocha, que atua na aviação há mais de 40 anos, alerta para o risco elevado na área central da aeronave, onde ficam os tanques de combustível: “Em caso de incêndio, essa é uma das regiões mais perigosas. Por isso, sempre recomendo às minhas filhas que escolham assentos na cauda ou à frente das asas”, afirmou.

O relato de Ramesh ganha ainda mais peso ao se considerar sua posição a bordo: a poltrona 11A fica à frente das asas, uma das áreas consideradas mais vulneráveis em colisões. Ainda assim, ele escapou com vida — uma exceção à regra, que reforça a complexidade e a imprevisibilidade desses acidentes.

Como destacou Portela: “Estatísticas são referências, não certezas”.

Colaborou G1

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