A Polícia Civil concluiu que as mortes de um bebê, da mãe da criança e de um adolescente em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foram motivadas pelo medo que o suspeito do crime, um pai de santo, tinha de perder a posição de líder religioso caso a traição vazasse. Além disso, por ciúmes da esposa dele, que também teve envolvimento no crime.
As vítimas são Kauany Martins Kosmalski, de 18 anos; Miguel Martins Kosmalski, filho dela com o pai de santo, com 2 meses de idade; e Ariel Silva da Rosa, de 16 anos, amigo dela. Kauany teria ameaçado contar sobre o bebê para a esposa do pai de santo.
O pai de santo é Jocemar Antunes de Almeida e a esposa dele é Belisia de Fátima da Silva, de acordo com a Polícia Civil. Ele assassinou o adolescente a facadas, segundo a Polícia.
Já Belisia, aponta a investigação, matou Kauany, também a facadas. Ainda não está claro como o bebê foi morto – o corpo foi encontrado em um cobertor sobre o corpo da mãe. Análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP) deve confirmar a causa da morte.
Jocemar está preso. Belisia está detida sob custódia na delegacia de Esteio. Os dois devem responder por feminicídio triplamente qualificado (na presença do filho, de maneira cruel, com traição de confiança e emboscada), homicídio quadruplamente qualificado e corrupção de menores. O pai de santo deve responder ainda por violação sexual mediante fraude. Segundo a polícia, os dois ainda não têm defesa constituída.
“A mulher, quando ainda tinha 17 anos, era fiel da religião e foi abduzida, em razão da religião, a ter relações sexuais com ele”, explica a delegada Marcela Smolenaars, responsável pela investigação.
Dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram apreendidos por envolvimento no crime. Eles teriam sido influenciados pelo pai de santo a ajudar a ocultar os corpos das vítimas.
“Eles sequer conseguem entender que o que fizeram é errado devido à influência do pai de santo, líder da religião que eles participavam”, conta a delegada Marcela.